Fisioterapeuta
Médico Especialista em Pneumologia
e Medicina Intensiva
Pneumologista
HPA Magazine 8
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) carateriza-se por uma limitação ao fluxo de ar, associada à inflamação das vias aéreas com aumento da produção de secreções. Os utentes com DPOC referem muito frequentemente sensação de falta de ar a pequenos esforços, tosse e expetoração. A razão do descondicionamento físico para as atividades diárias, mesmo para as mais simples ou menos exigentes, relaciona-se com o facto de a DPOC produzir também alterações nas fibras musculares, especialmente no quadricípite.
A principal causa da DPOC é o fumo do tabaco, porém há outros fatores que contribuem para o aparecimento e agravamento da doença, como sejam: o fumo das lareiras, a exposição a poluentes no local de trabalho, a poluição atmosférica e a informação genética. Quanto ao diagnóstico, ele é confirmado através de uma Prova de Função Respiratório (PFR), exame que faz a avaliação funcional do pulmão.
O envelhecimento da população mundial é um fator que tem contribuído em grande escala para a evolução da DPOC, sendo considerada atualmente a 4ª causa de morte, perspetivando-se que em 2020 passe a ser a 3ª causa de morte e morbilidade da população, com elevadíssimos custos para as políticas de saúde.
O prognóstico de morte por DPOC aumenta com a idade. Contudo, outros fatores que contribuem igualmente para esse desfecho: resultados pobres nas PFR, tabagismo, baixos níveis de oxigénio no sangue, hipersecreção crónica, sensação de falta de ar, diminuição na capa¬cidade de realizar exercício, redução da atividade física, diminuição de massa e força muscular, baixo índice de massa corporal e perda excessiva de peso.
As estratégias de intervenção para o tratamento e estabilização da DPOC têm dois vetores: estratégias farmacológicas e não farmacológicas, respetivamente terapêutica inalada que promove a dilatação das vias aéreas e exercício físico estruturado, ambas com o mesmo nível de evidência no que respeita aos resultados.
Os melhores candidatos aos Programas de Reabilitação Respiratória, ou seja, aqueles que poderão ter maiores benefícios, serão os indivíduos que apresentam as seguintes caraterísticas: candidatos com maior gravidade de sinais e sintomas da doença, ou com agravamento anual evidente nas PFR, com hiper¬secreção crónica, com baixo nível de atividade física e consequentemente com fraqueza muscular e pouca reserva ventilatória. Além disso, as comorbilidades que estão muitas vezes presentes nestes utentes, tais como, doenças cardiovasculares, diabetes, os¬teoporose e doença vascular periférica também beneficiam do exercício físico.
Os Programas de Reabilitação Respiratória organizam-se em duas componentes nucleares: o exercício físico estruturado e as sessões de educação. O exercício físico estruturado obedece a uma avaliação inicial para a definição de cargas de treino e respetiva progressão, cuja monitorização é permanente durante as sessões. O exercício deve ser realizado contemplando o treino aeróbio/endurance e o treino de força/resistido. As sessões de educação, visam esclarecer dúvidas e informar sobre temáticas relacionadas com a doença e a incapacidade associada, contribuindo para uma melhor auto gestão por parte do utente.
Os Programas de Reabilitação Respiratória organizam-se em duas componentes nucleares: o exercício físico estruturado e as sessões de educação. O exercício físico estruturado obedece a uma avaliação inicial para a definição de cargas de treino e respetiva progressão, cuja monitorização é permanente durante as sessões. O exercício deve ser realizado contemplando o treino aeróbio/endurance e o treino de força/resistido. As sessões de educação, visam esclarecer dúvidas e informar sobre temáticas relacionadas com a doença e a incapacidade associada, contribuindo para uma melhor auto gestão por parte do utente.
Os Programas de Reabilitação Respiratória são dirigidos a todos os estadios da doença, desde que se observem restrições na participação de atividades relacionadas com o exercício ou limitações na atividade física diária. O objetivo principal do treino de endurance é melhorar a capaci¬dade aeróbica e consequentemente o desempenho para as atividades diárias, com menor dispêndio de energia e menor sensação de falta de ar. Este tipo de treino é habitualmente desenvolvido em passadeira ou em bicicleta.
Por sua vez, o treino de força baseia-se em exercícios localizados que visam trabalhar músculos específicos, sendo recomendados quando há diminuição da força muscular dos membros superiores e/ou membros inferiores, com manifestação direta e, mais uma vez, no desempenho das atividades diárias. Muitas vezes, este tipo de treino é melhor tolerado pelos utentes mais graves e com menor capacidade aeróbica. Contudo, o conjunto das duas metodologias de treino parece ser a ideal para obter resultados mais eficazes.
Os Programas de Reabilitação Respiratória devem ter uma duração mínima de 4 a 7 semanas (programas curtos) podendo estender-se até 12 semanas (programas longos), com uma frequência semanal entre 2 a 3 vezes, com duração de 90 minutos cada sessão. As sessões organizam-se em 4 fases: aquecimento, exercício que compreende um período de treino de endurance e um período de treino de força e por fim, uma fase de arrefecimento com alongamentos das principais estruturas envolvidas no exercício.
O Hospital Particular de Alvor possui uma equipa especializada em Programas de Reabilitação Respiratória, funcionando estes no ginásio da Fisioterapia, em grupos de 5 pessoas, todas as tardes de 2ª a 6ªfeira, havendo quinzenalmente uma sessão de educação com um tema específico, sendo neste momento o único programa que é disponibilizado de forma estruturada a sul de Lisboa.